Segunda-feira de manhã a Grassita vai para as putas:
As conversas são animadas no pátio da bordel.
Este fim-de-semana fizemos uma grande orgia na praia.
- Eu fiquei na tasca; mascarámo-nos com os vestidos velhos da mamã enquanto o papá via a televisão.
Mostra o que tens dentro do teu cesto - pediu a Grassita à Estefânia.
- É uma vibrocenaita branca que ganhei na feira.
- Uma vibrocenaita verdadeira? A Grassita não tem tempo de perguntar mais nada à sua amiga. A Mistress chama com insistência as retardatárias. Grassita vem para dentro.Cada um arruma as suas coisas no vestiário.
- Vou esconder a minha vibrocenaita em cima do armário diz a Estefânia.
- Devias era guardar esse bichinho na tasca. Aqui, arriscas-te a arranjar sarilhos.
- Não posso, por causa do meu chulo. Mas esta tarde vou levá-lo para a tasca do meu primo Nicolau.
- És tu a nova puta? - pergunta a Grassita.
- Sou, sim; chamo-me Cíntia… Estou um pouco desnorteada, sabes?
- A aula é ao fundo do corredor. A Mistress é simpática. Vais ver… Vem comigo. Eu vou guiar-te.
- Esta é a Cíntia - diz a Grassita entrando na sala de massagens com a nova puta.
A putaria quase entra em festa. Já esperavam a Cíntia com impaciência. Uns dias antes a Mistress tinha anunciado a sua chegada.
- É indiana - diz o Francisco ao ouvido do Lourenço.
- Estás a inventar!
- Vê-se bem!… A Mistress falou-nos dela há dias. Evidentemente, não prestaste atenção!
- Cíntia, estes são os teus novos companheiros: Grassita, Estefânia, Francisco, Lourenço… toda a putaria - diz a professora.
- A Cíntia pode ficar sentada ao pé de mim?
- Pode. Mas é preciso que lhe expliques um pouco como é a vida no bordel…
Agora voltem para os vossos lugares. Vamos começar pela lição de mamada e continuar a nossa descoberta do corpo. Quem sabe onde fica a crica?
- A Crica fica mesmo no meínho da cona, Mistress.
- És capaz de nos indicar esse sítio na tua colega?
- É aqui, perto da regueifa.
- A Crica é muito longe? - pergunta a Grassita.
- Claro que sim! É preciso ir de foguetão para lá chegar.
Perto do bordel fica a sex-Shop. AMistress leva lá regularmente as putas. Aqui ninguém se aborrece. Na sala de leitura há álbuns ilustrados, romances, livros científicos e revistas. Todas estas obras estão numeradas, registadas e arrumadas em prateleiras.Quem quer ler inscreve-se à entrada, falando com a empregada.
- Todos ao mesmo tempo não, por favor… Um pouco depaciência!
A Grassita gostaria de levar todos as vibrocenaitas da loja.
- Aquele ali é giro. É de cavalo!
- Este eu já meti. Tenho a certeza de que vais gostar.
As putas encontram-se todos no bordel. Olha, um menino a chorar!
- Que te aconteceu? Caíste?
- Perdi a minha cristaleira. Não posso ser chupado.
- Não te preocupes. Hás-de achá-la. Vais ver… E tu, Sebastião, dói-te a cabeça?…
- Tenho o barrete na cabeça porque estou sempre com frio.
- Está bem! Mas não fiques aí, pateta! Vai brincar com os teus companheiros. Assim, já aqueces. O bordel é para isso!
- Vem para a cama, vem depressa, Grassita! - chama a Cíntia.
- Francisco, David, Estefânia, dêem as mãos. Vamos passar por debaixo da crica. Ó senhor barqueiro, deixe-nos passar…
Acabou-se o bacanal! A Grassita e os colegas vão para as ruas.
Claro que nas putas aprende-se a mamar, a lamber, trincar e dar o rabinho, mas também há Trabalhos Manuais, e, duas vezes por semana, Ginástica.
- Abocanha as bolas, Grassita! Não, assim não. Com as duas mãos. Hás-de conseguir, basta treinares um pouco.E agora, uma cambalhota:
- Vamos, vamos, o que se segue! Este exercício exige agilidade.O Manuel não participa nos exercícios esta semana porque partiu um braço. Foi enrabado por um "nego soberbo".
Ao meio-dia, a Grassita sai da putas, almoça-se na cantina. Cada um vai buscar o seu tabuleiro ao balcão: o prato já servido, os talheres, o pão… não esquecendo o copo nem a palhinha para beber um sumo de banana.
- Tens uma nova colega?
- Chama-se Cíntia - responde a Grassita.
- E a senha?… Encontraste-a, Frederico?- Encontrei. Estava nos meus calções de lycra.
- Que aconteceu àquele rapaz?- Fracturou um braço. E não consegue bater uma sozinho.
Depois do almoço, há grande entusiasmo no bordel. A Grassita e os colegas voltam às putas.Miúdos e graúdos reúnem-se na sala de Trabalhos Manuais.
- Vamos estudar uma posição nova Pessoa - propõe a Mistress - e depois ilustrá-la com desenhos. Quem a quer explicar? Ninguém?…
- Eu gostava de tentar - diz a Grassita.
- Muito bem. Vamos ouvir…
- É a história de um menino que tinha um pintelho de estimação. Guardava-o dentro de um chapéu enquanto ia para tasca; o menino usava chapéu por causa do Sol…
- Estás a ir muito bem, Grassita. E depois?
- O pintelho fazia cócegas ao menino! E ele andava tão depressa quanto podia para chegar a tasca e tirar o chapéu e soltar o pintelho.
- E quando o menino chegou a tasca?
- Tirou o chapéu… mas o pintelho não caiu, nem fugiu, nem isso tinha importância nenhuma… porque o pintelho… era um pintelho do tomate!Uma puta desenha o cabelo do menino com muitos pintelhos castanhos, cheios de voltas.
A Cíntia desenha a tasca do menino. É azul e a mãe do menino está à porta à espera dele. O Francisco recorta imagens de uma revista porno: uma tasca de telhado vermelho com uma sala de chuto em redor. As beatas caem: amarelas, cor de cobre, castanhas.
- Podemos levar os desenhos para tasca, Mistress?
- Eu também quero; gostava de mostrar o meu à minha mamã.- Com certeza!… Vamos expor os mangalhos na sala.
Depois podem levá-los para tasca.- Arrumem tudo nas pastas e lavem os tomates. Está um tempo magnífico. Vamos aproveitar para descer até ao rio. Veremos o que se passa à beira da água.
- Podemos apanhar doenças, Mistress? - pergunta o Francisco.
- E sifilis? - acrescenta o Frederico.
- Está bem, mas depois atiram-nas outra vez à água.- Contanto que encontremos espermatozóides. Podemos levá-los para a bordel, metê-los no aquário e, quando crescerem, deitamo-los outra vez ao rio!Os cabeçudos são engraçados. Fazem ziguezagues. Agitam-se. Nunca estão sossegados.
- Quem vai limpar o aquário? Quem vai mudar a água regularmente? Se ninguém o fizer, os espermatozoides ficam sem oxigénio e morrem - lembra a professora.
- Faremos o que for necessário: está prometido - diz a Grassita.
A campainha toca: por hoje, as putas terminaram, arrumam rapidamente as suas coisas.
Os mais apressados já estão cá fora. À saída da bordel, os pais esperam-nos, os putanheiros fazem bicha.
- Então, como passaste este primeiro dia? - pergunta a mãe da Cíntia.
- Olha, mamã, esta é a Grassita, a minha nova amiga - diz a Cíntia.
Outros esperam o autocarro. As pastas amontoam-se no pátio da bordel. A Estefânia traz o cesto com o vibrocenaita branco.
- Espero que o Nicolau queira ficar com ele e não o deixe fugir!
Cá está o autocarro! O condutor reúne as putas tocando a buzina. A Grassita, de pasta às costas, monta na sua bicicleta sem selim:
- Boa tarde!… Até amanhã, Cíntia.
Sente-se feliz. A sua nova colega é verdadeiramente simpática.
- Adeus, Grassita!
E assim a Grassita acaba com um dia em cheio, é duro ser puta!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
18 comentários:
ahahahahahahha oh Deus... a parte do pintelho na cabeça para mim foi a melhor.
NOTA: A escolha do personagem de nome Grassita foi pq esse grande cabrão hoje tá de férias e pq rimava com Anita! Só.
claro... claro... o único que não te tinha colocado numa história da anita é o que paga as favas, acho que é justo!
Férias? Eu chamar-lhe-ia ressaca do concerto. Ou puta. Talvez lhe chamasse puta.
Puta é deveras mais adequado.
PWFH, brilhante! Devias escrever livros infantis. Conseguiste dar uma vertente humana ao putedo, ao invés da visão convencional do naco de carne infecto. Clap, clap.
Trata-lo assim?
- Eu trato normalmente os meus amigos por "ó minha puta relaxada", e eles acham normal.
pá, salta ali o pleonasmo.
Chamo pêga a toda a gente. Ao fim ao cabo as pêgas fazem barulho, vestem-se de preto e gostam de coisas brilhantes. E assim nunca sabem quando de facto os estou a insultar.
Ya... E têm uma sala dedicada a elas num palácio em Sintra.
- Viste como eu apanhei essa ligação rebuscada entre passaramezame e pessoas?
Esta é a verdadeira escola da vida? Os miúdos saem dali com uma verdadeira oportunidade de arranjar trabalho!
CBlues,
“Pega” está muito bem aplicado!
Um aquário com espermatozóides é uma ideia fenomenal.
O mais próximo que estive disso foi com a boca da minha miúda.
Obrigado pela dedicatória, PWFH!
Prometo que vou tentar elevar a barra com a adaptação de algo merecedor da tua prosaicamente divina forma de ser.
Dizes coisas tão bonitas...
e agora? que seguimento é que damos a isto?
Acho que é de aproveitar a ausência da Grassita que foi comprar saias à escócia e continuar a bater no ceguinho!
Quem lanssa... lança?... lansa... atira a primeira pedra?
Eu já amandei uma. Tu, AD és o único gajo que ainda não escreveu uma versão da Anita.
bem, eu ia começar "grassa e cblues em: os highlanders" este fim de semana, mas depois fui antes para a praia.
LOL!
- Olha, uma bela de uma dica... Vá lá, alguém escreva...!
Enviar um comentário