quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O regresso do caxineiro - capítulo II

O dia amanheceu triste e chuvoso, tal como A gostava. Com uma lágrima pendente e a fazer beicinho, olhou em volta e despediu-se, uma vez mais, do seu cantinho. Acabava ali uma etapa importante da sua vida. Ia tentar a sua sorte na capital. Diz que lá há emprego. E gajas. Este não era o melhor momento para abandonar a cidade que o acolhera durante tanto tempo, sobretudo agora que aí vinham os U2. Mas ainda falta um ano, pensou. Ainda cá volto! E arrumou, com especial cuidado, as suas t-shirts do seu tempo de groupie – todas menos uma, a sua preferida, aquela que levaria vestida na viagem - e fechou a mala. Certificou-se de que tinha o bilhete na carteira, deu duas voltas à chave, e saiu.
Já estava tudo combinado. Tinha travado conhecimento com uns moços bem simpáticos num chat para adultos e parece que até tinham organizado uma festa de boas vindas e tudo. Estava ansioso!
A entra no Alfa Pendular, senta-se no seu lugar, fecha os olhos, respira fundo e descontrai…

a) A adormece e sonha que está num campo verde, com milhares de pandas bebés
b) A adormece e cabeceia no ombro da moça que vai ao lado dele, com um fio de baba a escorrer pelo canto da boca
c) A não consegue adormecer pois o passageiro que vai à frente dele, de bigode e óculos escuros, não pára de olhar para ele com um sorrisinho maroto

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O Regresso do Caxineiro

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De Bila do Cuonde a Lisboua são nóbóras de distância ...